sábado, 27 de dezembro de 2008

Diferença de rural e Agrário

O AMBIENTE RURAL

Ainda se confunde o rural com o agrário, como se fossem sinônimos. Setores como as pequenas empresas, o comércio, os grupos culturais, os setores de serviços e os aposentados constituem atualmente novas fontes de renda dos pequenos municípios brasileiros.
O rural ou a sociedade rural em uma primeira aproximação seria uma forma de vida que abarca todos os membros que vivem em uma coletividade rural, trabalham na agricultura ou em outras atividades diferentes. Formaria também parte dessa coletividade uma população ativa, cada vez mais numerosa, que vive ou reside em uma localidade rural ainda que diariamente se translade a outras localidades, rurais, urbanas, para realizar suas atividades.
Para os grandes centros, o ambiente rural é percebido como um todo homogêneo e subdesenvolvido. O termo que estava relacionado de início à qualidade campestre, passa a designar certo meio social caracterizado por atividades agropecuárias-florestais-mineradoras e por valores culturais a serem superados pela desejável urbanização das sociedades. Enquanto o ambiente rural relacionava-se com dispersão e estagnação, concentração e mudança eram fatores decorrentes da urbanização e vistos como ponto positivo para o avanço da sociedade.
No entanto, a expressiva concentração e mudanças tecnológicas não trouxeram o resultado esperado que era a melhoria na qualidade de vida das pessoas. Pois é nos grandes centros paradoxalmente que o exercício da cidadania se torna quase impraticável.
O êxodo rural é um fenômeno que ocorre naturalmente em todas as estruturas fundiárias. Esse êxodo pode ocorrer de um meio rural para outro rural, ou da área rural para um centro urbano, mas é sempre uma mobilidade horizontal, à procura de melhores condições de vida.

MUDANÇAS SOFRIDAS AO LONGO DO TEMPO

Com o desenvolvimento dos meios de comunicação e transportes, a comunidade rural está perdendo as suas características antigas e assumindo feição inteiramente nova. A comunidade rural no Brasil está deixando de ser eminentemente rural para tornar-se comunidade rural-urbana. As relações com pessoas e grupos, bem como com as instituições, estão aproximando cada vez mais esses dois mundos que até pouco tempo, viviam completamente segregados.
Como resultado, acelerou-se o processo de difusão de novas idéias, de novas atitudes, de novos comportamentos, de novas técnicas e, até mesmo, de novos sentimentos, mas sempre com predominância da cultura urbana sobre a rural.
No Brasil, cada comunidade rural é uma realidade própria, e como tal, deve ser estudada com instrumentos adequados, de acordo com o estágio de desenvolvimento em que se encontram.

DADOS ESTATÍSTICOS DA POPULAÇÃO RURAL NO BRASIL

O Brasil, que tem a imensidão de um continente, conta atualmente com 5507 municípios, sendo que 4.089 possuem menos de 20.000 habitantes, ou seja 74,2% ou ¾ do total desses municípios podem ser considerados com características rurais, abrigando uma população de 31.845.211 (trinta e um milhões e oitocentos e quarenta e cinco mil e duzentos e onze) habitantes, correspondendo a 18,77% da população total.
È possível constatar a grande concentração
Ao falar sobre rural e agro no Brasil, implica falar também no Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e no processo de reforma agrária. Conforme os últimos dados disponíveis pelo INCRA (Instituto Brasileiro de Reforma Agrária) foram criados em todo território nacional, cerca de 2.500 assentamentos, atendendo nos últimos seis anos aproximadamente 550.000 (quinhentos e cinqüenta mil) famílias (www.incra.gov.br) atingindo uma população estimada de mais de dois milhões de pessoas. São números grandes, proporcionais ao tamanho dos problemas do Brasil nessa área.
A implementação de projetos de assentamento tem sido constantemente apontada como uma das ações da reforma agrária que pode contribuir efetivamente para o desenvolvimento rural no Brasil.
Porém, existem diversos impactos sociais políticos e econômicos que esse tipo de ação pode gerar nas comunidades locais. Além desses impactos, existem outros que passam despercebidos em termos de análises psicossociais e subjetivas dessa população, tais como a violência e os conflitos entre os diversos grupos envolvidos neste processo.

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