sábado, 27 de dezembro de 2008

Dibis em busca de si mesmo

RESENHA

Titulo: Dibs em busca de si mesmo: Tradução de Célia Soares Linhares.
Autora: AXLINE, Virgínia Mae.
Local: Rio de Janeiro: Agir, 2005.
220p: 14 X 21 cm
Por: Daniella de Souza Rocha


A obra de Virgínia Axline, narra a trajetória de um garoto de 5 anos de idade, marcado por traumatismos profundos desde o nascimento, e de como encontrou o caminho de volta ao mundo das crianças.
No começo da narrativa, Dibs (nome fictício) não falava de modo algum. Seu comportamento variava em permanecer sentado, mudo e imóvel durante toda a manhã ou engatinhava ao redor da sala, absorto e desligado de tudo e outra vez tinha violentos acessos de raiva. Seria Dibs um retardado mental?
Havia alguma coisa que impedia os professores de classificá-lo devido suas atitudes paradoxais: ás vezes apresentava indícios de retardamento mental, outras vezes realizava suas atividades rapidez e tranqüilidade que evidenciava possuir um nível de inteligência superior. Os pais, no entanto preferiam acreditar que Dibs era um retardado mental a admitir que seu drama fosse causado por problemas emocionais.
Convidada a participar de uma conferência na escola de Dibs, D. Axline tem a primeira noção do que era Dibs, e aceitou o desafio de ajudá-lo no encontro consigo mesmo, usando a técnica de ludoterapia.
O livro na maior parte trata do que acontece na sala de ludoterapia, e podemos ilustrar esse processo, com uma passagem extraída de um encontro casual entre a psicoterapeuta, Virgínia Axline e seu cliente, é Dibs, ocorrido dois anos e seis meses após o encerramento do processo psicoterapêutico.
"_ Estou crescido agora, mas lembro-me sempre de quando era bem, bem pequeno e fui pela primeira vez vê-la. Lembro-me dos brinquedos, da casa de bonecas, da areia, do homem, da mulher e das crianças, do mundo por mim construído. Lembro-me do repicar dos sinos, da hora de ir para casa e do caminhão. Lembro-me da água, das tintas, das louças. Lembro-me de nosso escritório, de nossos livros e de nosso gravador. Lembro-me de como você brincava
comigo.- Como nós brincávamos, Dibs?Dibs inclinou-se em minha direção, Seus olhos brilhavam.
- Tudo o que eu fazia você aceitava, murmurou, Com tudo que eu dizia você concordava. - (...) Na primeira vez que fui ao Centro (referindo-se à Clínica Infantil onde fora atendido), a sala pareceu-me tão grande, E os brinquedos não me pareciam amigos. Estava com medo. - Por que você sentia medo?- Não sei! Apavorei-me, a princípio, porque não sabia o que você faria e o que deveria eu fazer. Mas você disse Tudo isto é seu Dibs. Divirta-se. Ninguém virá magoá-lo aqui. - Eu disse isto?- Sim, respondeu Dibs decisivamente. Foi o que você disse para mim. Pouco a pouco comecei a acreditar em você. E o caminho foi-se abrindo. Você me sugeriu que lutasse contra os meus inimigos até que eles gritassem que estavam arrependidos por me haverem ferido. - E assim você o fez?- Sim. Encontrei meus inimigos e lutei contra eles. Então, descobri que já não mais estava amedrontado ...."(ps.279-280).
Através de sua experiência na sala de ludoterapia, em seu lar, em sua escola, sua personalidade desenvolveu-se e enriqueceu, de diferentes maneiras, e com certeza a vida de muitos outros que tiveram o privilégio de conhecê-lo.

Dibs: em busca de si mesmo é um livro de leitura agradável, simples e acessível pra pais, professores e estudiosos da área de psicologia. É quase impossível não se apaixonar pelo livro, principalmente por Dibs e a “todos os Dibs do mundo”.
Como estudante de psicologia, o livro serviu para reforçar ainda mais o desejo de mergulhar mesmo nessa profissão, ou melhor, amar esse chamado, essa vocação.
Outro ponto interessante é de como o leitor pode se identificar por diversas vezes com vários personagens do livro: pai, mãe, professora, terapeuta e... Dibs. É impossível não sentir empatia por eles e extrair diversas lições para o dia-a-dia. Em alguns momentos o leitor pode chegar a frustrar-se com as oscilações que há no processo de abertura emocional de Dibs, que ás vezes parece regredir, voltar ao estágio inicial. Porém, a sabedoria e paciência da terapeuta nos levam a refletir sobre respeitar o tempo de cada um e não interferir.
A autora, famosa na área de psicóloga, por suas contribuições para a teoria e prática da Ludoterapia Infantil. Entre suas obras, podemos destacar também Plav Therapy: The inner Dynamics of Childhood, que tem conquistado ampla aceitação.
A tradutora do livro, Célia Soares Linhares, natural de São Luís, Maranhão, é Bacharel e licenciada em Pedagogia pela Universidade do Maranhão. Após 10 anos de magistério superior, seguiu para os EUA, onde em 1969 recebeu o grau de Máster em Filosofia e Sociologia da Educação pela Universidade Estadual de Michigan. Lecionou cursos de mestrado da Faculdade Federal Fluminense.
Dibs: em busca de si mesmo é um livro fascinante, cativante e motivador. De leitura obrigatória para que almeja ingressar na área de psicologia.

2 comentários:

  1. Dibis Em Busca de si mesmo nos proporciona a certeza do alcance da alma humana.

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